A última edição da prestigiada revista internacional Confins, com estrato qualis A1, forte grau de impacto e de difusão contou com publicação do dossiê de artigos científicos “Planejamento, urbanização e políticas públicas na Região de Carajás”. Os artigos são os principais resultados do projeto de pesquisa “Produção de subsídios à formulação de políticas públicas para a Região de Carajás”, financiado e apoiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – Fapespa, que se iniciou em 2021 e encontra-se em execução final.
O projeto tem atingido consideravelmente importantes avanços com a produção de subsídios concretos de políticas públicas que contribuem para o desenvolvimento regional e melhoria da qualidade de vida nos municípios que integram a Região de Carajás, construídas a partir do diálogo direto com organizações governamentais e não governamentais, movimentos sociais, associações de bairro e coletivos.
Urbanização, mineração, produção agropecuária, planejamento urbano e regional, consórcios de resíduos sólidos urbanos, núcleos urbanos informais, políticas linguísticas para preservação de línguas indígenas, incubação de negócios sociais e políticas inclusivas, geotecnologias aplicadas ao planejamento ambiental e à caracterização da geodiversidade e geomorfossítios e potencialidades para a conservação do meio ambiente, geração de renda e ecoturismo para os povos do campo e da floresta são as frentes de pesquisa.
“A região de Carajás certamente representa um grande desafio para todos nós da Amazônia pelas riquezas que ela é capaz de produzir, por ser essa província mineral incrível, mas também por sabermos que esta é uma riqueza não renovável, precisamos ter indicadores e dados do que fazer, tanto nesse período de bonança da mineração, mas no período pós mineração. Então, indicadores como esse, trazidos por essa pesquisa, fazem com que a tomada de decisão seja muito mais assertiva e coerente com as necessidades dessa região da Amazônia para o Brasil e para o mundo.” destaca o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
Pesquisa– No total, o projeto envolve pesquisadores dos cinco campi da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), vinculada ao MEC, através de desmembramento do Campus Universitário de Marabá da Universidade Federal do Pará (UFPA). Além do Campus de Marabá, que pertencia à UFPA e passou à condição de sede da nova Universidade, também foram criados mais quatro Campi: em Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Felix do Xingu e Xinguara. A pesquisa conta com a participação de 60 pesquisadores, sendo 20 bolsistas de pesquisa nível A da Fapespa, e 24 bolsistas de iniciação científica.
Internacionalização– A coordenação geral do projeto está em articulação com universidades nacionais e estrangeiras para a celebração e execução de novos convênios, com o objetivo de avançar com a internacionalização dos cursos de graduação e pós-graduação da Unifesspa. O professor Eudes, pós-doutor em Geografia pela USP e coordenador geral do projeto, destaca que “o projeto é o caminho para um verdadeiro movimento de internacionalização da Unifesspa, que é fundamental para avançarmos com nossos programas de pós-graduação, como o recém-criado Programa de Pós-graduação em Geografia e o Programa de Pós-graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional e Urbano da Amazônia, bem como o nosso programa mais antigo e que está em fase de consolidação com o envio do APCN de Doutorado, que é o Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia”.
O professor da Unifesspa ressalta ainda que “o projeto permite com que a internacionalização se realize na Unifesspa, permitindo assim a consolidação da pós-graduação e a efetivação de redes nacionais e internacionais de pesquisa, o que amplia as possibilidades do processo de desenvolvimento regional de Carajás a partir de estudos avançados com a troca de saberes e conhecimentos em múltiplas escalas sobre diferentes dinâmicas da região”.
Hoje, o projeto atende atividades de pesquisa e extensão voltadas para políticas públicas na Região de Carajás com cada uma das coordenações alocadas em Marabá (Instituto de Ciências Humanas – ICH – 2 projetos; Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrário e Regional – IEDAR – 1 projeto; Instituto de Estudos em Saúde e Biológicas – IESB – 1 projeto; Instituto de Ciências Exatas – ICE – 1 projeto) e em todos os campi fora de sede (Instituto de Estudos do Trópico Úmido – IETU – 1 projeto; Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA – 1 projeto; Instituto de Engenharia do Araguaia – IEA – 2 projetos; Instituto de Estudos do Xingu – IEX – 1 projeto), evidenciando sua capilaridade na fronteira da Amazônia.
Parcerias– Outro ponto de destaque é o envolvimento de pesquisadores do Brasil e do mundo no projeto com treze instituições brasileiras de ensino superior – Distrito Federal (Universidade de Brasília e Faculdade de Administração da Associação Brasiliense de Educação), dos estados do Rio de Janeiro (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Ceará (Universidade Federal do Ceará), Pará (Universidade Federal do Pará e Universidade do Estado do Pará), Paraíba (Universidade Federal da Paraíba e Instituto Federal da Paraíba), Amapá (Universidade Federal do Amapá), Amazonas (Instituto Federal do Amazonas e Universidade Nilton Lins), Acre (Universidade Federal do Acre), São Paulo (Universidade Estadual Paulista) e uma instituição estrangeira de ensino superior – Universitat de Barcelona.
A pesquisa envolve órgãos governamentais das gestões municipais da Região do Sul e Sudeste do Pará, dos municípios: Abel Figueiredo, Água Azul do Norte, Bannach, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Curionópolis, Dom Eliseu, Eldorado dos Carajás, Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Ourilândia do Norte, Palestina do Pará, Paragominas, Parauapebas, Pau D’Arco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Domingos do Araguaia, São Félix do Xingu, São Geraldo do Araguaia, São João do Araguaia, Sapucaia, Tucumã, Tucuruí, Ulianópolis e Xinguara.
Além de órgãos governamentais de nível federal, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, e estadual como o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-tBIO. e organizações não governamentais da sociedade civil, como movimentos sociais, associações de bairros e coletivos, como: Conselho Indigenista Missionário – CIMI, Comissão da Pastoral da Terra – CPT, Movimento dos Atingidos pela Mineração – MAM, Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, Federação dos Povos Indígenas do Pará – FEPIPA, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Associação de Pescadores, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco-babaçu – MIQCB, Associações indígenas e quilombolas, articulação Malungu, Cooperativa Extrativista da Flona de Carajás – COEX, Cooperativa Alternativa Mista dos Pequenos Produtores do Alto Xingu – CAMPPAX.
Fonte: Agência Pará
Foto: David Alves
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