Para algumas pessoas a felicidade está relacionada a um saldo significativo na conta bancária,  a compra de um veículo recém-lançado que traduza luxo e permita ostentação, mansões ou equipamentos de última geração, a exemplo de um celular multifuncional que acabou de chegar ao mercado. Para outros, a felicidade não existe se a pessoa não tiver em volta de si multidões que lhe aplaudam, abracem e compartilhem experiências que só o dinheiro pode atrair. Mas, há um seleto grupo de pessoas  que não dá muita importância para nada disso e busca a felicidade em meio à natureza, simplesmente observando, identificando ou ouvindo as aves. É isso mesmo, são os praticantes de uma modalidade de ecoturismo que tem origens no século XVIII e cada vez mais ocupa espaço na cadeia produtiva do turismo sustentável: o birdwatching.

Os observadores de aves são biólogos, fotógrafos, ornitólogos, engenheiros ambientais. Também são profissionais liberais, artistas,  entre outros. Mas, todos comungam do mesmo pensamento: é preciso proteger o meio ambiente, principalmente as florestas, habitat natural das aves.

Curica-urubu

Cenário mundial – O Birdwatching hoje é praticado por cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde estão cerca de 47 milhões de adeptos, esta prática rendeu ao país, ano passado, US$ 107 bilhões e gerou 600 mil empregos.

 

 

BRASIL – Aqui no Brasil, guardião de cerca de 20% de todas as espécies de pássaros do planeta, os praticantes de Birdwatching já são aproximadamente 50 mil pessoas e muitos se encontram, anualmente, no AVISTAR Brasil, maior evento do País voltado aos observadores de aves, com encontros, congresso, feira, exposições, lançamento de livros e inúmeras atividades que revelam o quanto a atividade também é promissora do ponto de vista econômico.

De acordo com o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), pelo menos 50 destinos turísticos já oferecem práticas de Birdiwatching no Brasil. Boa parte desses destinos estão nos estados e municípios da Amazônia Legal. É o caso de Santa Bárbara do Pará, município localizado na Região Metropolitana de Belém (RMB), a apenas 1 hora de carro da capital paraense. Lá, as atividades estão sendo oferecidas pelo projeto Pará Birding Tour, idealizado em meados de 2015 pelo casal Fernanda Freitas e Danielson Aleixo, que em  2003, ainda na juventude, aprendeu os primeiros passos com o pesquisador francês Jacques Vielliard, biólogo que desenvolveu amplo trabalho na região e deixou a dica sobre essa prática como um legado.

Fernanda e Danielson descobriram o amor um pelo
outro  e a paixão pelo ecoturismo de Birdwatching.

Fernanda conta que o projeto veio sendo lapidado com muito cuidado e aprimorado ao longo do tempo. Até bem pouco tempo era conhecido como Refúgio dos Naturalistas Ecolodge e já atraía para Santa Bárbara um grande público de amantes do turismo de natureza, turismo de base comunitária e observadores, entre os quais pesquisadores e representantes de instituições de ensino interessadas no tema.

“Entre agosto e dezembro de 2021 fomos convidados pela Secretaria de Turismo do Estado do Pará (SETUR) para ministrar cursos de observação de aves em sete municípios do Pará: Belém, Bragança, Itaituba, Soure, Parauapebas, Santarém e Marituba”, conta Fernanda, ao informar que é de outros países a maior parte dos observadores que recebe hoje no projeto, localizado na Comunidade Bom Jesus, às proximidades do Parque Ecológico de Gunma/Japão, da Associação de imigrantes japoneses e que também visa a preservação da fauna e flora, em uma área de 540ha.

Cerca de 300 espécies já foram identificadas em Santa Bárbara.

Localizado no Centro de Endemismo Belém, o Pará Birding Tour está em uma área de meio hectare e nos arredores há cerca de 300 espécies já identificadas, que podem ser conferidas no Wiki Aves,  uma das maiores plataformas de dados sobre observação de aves do mundo. Entre as aves, o Araçari-de-pescoço-vermelho, Choquinha-estriada-da-amazônia, Japuguaçu e o Pica-pau-dourado-de-belém.

“Entre janeiro e dezembro de 2023 recebemos pelo menos 50 visitantes, além de turmas de universidades, originários aqui do Pará e de outros estados como Bahia, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Norte, Ceará e Santa Catarina.  Também recebemos observadores da França, Finlândia, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Suíça”, comemora Fernanda.

Para Danielson Aleixo, empreender como agência de receptivo de Birdwatching significa um compromisso com a sustentabilidade. “A observação de aves é um segmento de ecoturismo com potencial riquíssimo para gerar renda para as comunidades tradicionais. Muitas destas áreas possuem  ecossistemas ricos e exuberantes e, além disso, essa observação de aves permite a valorização do patrimônio natural e cultural, com benefícios tanto para a comunidade quanto para o ecossistema”, ensina o biólogo e ornitólogo, para quem o desenvolvimento socioeconômico das comunidades tradicionais, associado ao turismo, depende primeiro da educação ambiental dos envolvidos, para que possam permitir as vivências em suas comunidades com o entendimento de que há uma conexão entre gerar renda, desenvolver as comunidades e preservar o ecossistema, a  biodiversidade.
“Turistas desse segmento são preocupados com questões ambientais e sociais e quando se deslocam para uma comunidade como esta que desenvolve turismo de base comunitária pautado na biodiversidade você vê que o impacto é muito baixo e gera renda muito significativa”, garante Aleixo.

Roteiro de Birdwatching em Santa Bárbara

Como chegar: de carro, partindo de Belém, siga pela BR 316, até o trevo que  a conecta à PA-391 (Rod. Engenheiro Augusto Meira Filho) e percorra cerca de 14 km até a sede do município de Santa Bárbara do Pará. Após o semáforo principal de Santa Bárbara, observe à direita a placa que indica o acesso, em uma vicinal de terra batida, para a Comunidade Bom Jesus.

Onde ficar: você pode se hospedar na sede do Pará Birding Tour, com estrutura para até quatro pessoas, o que facilita a observação, optar por uma pousada na sede de Santa Bárbara ou até, se preferir, na Ilha de Mosqueiro, com suas belas praias, localizada a apenas 20km de Santa Bárbara.

Duração do roteiro: o tempo de permanência com a equipe do Pará Birding Tour depende de sua lista de espécies selecionadas para serem observadas. O pacote completo da agência inclui guiamento especializado em observação e fotografia de aves e outras vidas silvestres, hospedagem, imersão culinária, acesso a espaços de observação, seguro-viagem e transporte local.

Quem pode praticar: pessoas de todas as idades, recomendado também para pessoas da Melhor Idade (acima de 60 anos); observadores e fotógrafos de aves e natureza; crianças somente se acompanhadas dos pais ou responsáveis legais. O espaço não recebe pet´s.

Pacote Básico 
6h às 10h30 – Chegada ao Refúgio dos Naturalistas e início do roteiro;
10h30 às 11h – Banho de Igarapé ou descanso na Varanda dos Beija-Flores;
11h – Lanche com iguarias da culinária local
12h – Check-out e retorno ao seu destino de origem

Valor total do pacote: R$ 470,00 por pessoa ou
02 pessoas – R$ 250,00 cada (R$ 500)
03 pessoas – R$ 180,00 cada (R$ 540,00)
04 pessoas  – R$ 140,00 cada (R$560,00)
05 pessoas – R$ 120,00 cada (R$ 600,00)

Pacote completo: Um roteiro mais completo com a equipe do Pará Birding Tour inclui Belém, Santa Bárbara e Acará, na Região Metropolitana de Belém,  Bragança e Tracuateua, na Região Bragantina e Soure, no arquipélago do Marajó.

Maiores informações
E-mail: parabirdngtour@gmail.com
Site: parabirdingtour.com
Instagram: @parabirdingtour
WhatsApp: + 55 (91) 98455-3357

Fonte: REDEPARÁ
Foto: Benigna Soares