O delegado federal Alessandro Moretti, atual diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), deve ser desligado da função quando retornar das férias. Ele foi levado para o órgão pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa. Integrantes do governo consideram insustentável a permanência do número 2 depois de mais uma fase da operação que investiga um esquema ilegal de espionagem na agência.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou, no despacho desta segunda-feira (29), que o inquérito da Polícia Federal (PF) tem indícios para detalhar outros núcleos da organização criminosa e responsabilizar nomes que ainda não apareceram na investigação.

Auxiliares do presidente Lula (PT) afirmam que foi a insistência de Luiz Fernando Corrêa que garantiu o cargo a Moretti. No entanto, o clima de desconfiança entre integrantes da Abin tornou a permanência dele insustentável. Isso porque há um temor de que ele esteja usando o cargo para repassar informações aos envolvidos no escândalo. Moretti ocupou cargo de confiança no Ministério da Justiça, na gestão de Anderson Torres, ex-ministro do governo Bolsonaro.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ficou mais de três horas reunido com o presidente Lula nesta segunda-feira discutindo a troca de comando na agência. O presidente resiste em mexer no atual chefe, Luiz Fernando Corrêa. Lula e Corrêa se aproximaram ainda em 2002, quando o petista venceu a eleição pela primeira vez.

 

Por Nathália Fruet/SBT News
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