Milhares de ucranianos começaram a deixar o país, ilegalmente, para fugir do alistamento obrigatório. Segundo a mídia local, muitos têm fugido e atravessado rios, a pé, para chegar a países vizinhos. Outros têm recorrido a documentos falsos de isenção do serviço militar.

Uma investigação da emissora britânica BBC indica que pelo menos 20 mil homens deixaram a Ucrânia de forma ilegal. Desde o início da guerra, cerca de 800 mil soldados foram mobilizados no país. Pelas regras atuais, todos os homens entre 18 e 60 anos são proibidos de sair da Ucrânia porque podem ser convocados para as forças armadas.

Nesta segunda-feira (29), familiares de militares se reuniram, no centro de Kiev, para cobrar do governo ucraniano a adoção de um tempo limite para a permanência dos soldados da linha de frente do conflito. A sugestão é de um ano e meio, no máximo.

Em um cartaz, o pequeno Matvii, de 4 anos, relata a ausência do pai, que está nos campos de batalha: “Durante um terço da minha vida, eu não vi meu pai”.

“Queremos que o governo nos escute, e escute aqueles que estão exaustos. Eles precisam de tempo para descansar, se recuperar”, observa Yullia, cujo marido está servindo ao exército desde o início da invasão em larga escala ao país, quase dois anos atrás.

Do outro lado da front, milhares de russos também tentam escapar do alistamento obrigatório, fugindo para países como Cazaquistão e Georgia. Por lá, um grupo se mobiliza para recolher assinaturas para viabilizar a candidatura à presidência de um político que defende o fim da guerra. Uma pauta que une russos e ucranianos.

Enquanto isso, na Rússia, Vladimir Putin foi registrado, oficialmente, nesta segunda-feira, como candidato a mais um mandato de seis anos na presidência russa.

 

Fonte: SBT News
Foto: Reprodução