A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou, nesta quinta-feira (1º), que o governo irá implementar um centro de operações de emergência para conter o avanço da dengue no Brasil. A iniciativa, segundo ela, será coordenada com estados e municípios, que deverão focar em antecipar diagnósticos e realizar a logística de vacinação.

“A vacina é nossa esperança para um futuro sem dengue, mas, hoje, ela não é o instrumento de maior impacto. Temos que, principalmente, prevenir e cuidar: fazer o controle dos focos do mosquito em nossas casas e cuidar de quem adoece”, disse Nísia.

A criação do centro de operações de emergência acontece em meio ao aumento de casos de dengue no país. Apenas em janeiro, o país registrou mais de 240 mil ocorrências da doença, um crescimento de quase 273% em comparação ao mesmo período de 2023. Em relação às mortes, o Ministério da Saúde confirmou 24 óbitos pelo vírus.

Tendas foram instaladas em algumas capitais para antecipar o tratamento de infectados, bem como para orientar a população. Duas vacinas contra a doença já foram registradas no Brasil, sendo uma da fabricante Sanofi (Dengvaxia) e outra da farmacêutica japonesa Takeda (Qdenga). A primeira opção de imunizante está disponível somente na rede particular de saúde, enquanto a segunda deve ser disponibilizada pelo SUS.

Uma terceira vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, ainda está em fase de teste, mas já apresenta eficácia de 79,6%. Diferente dos outros dois imunizantes, compostos por duas doses, a vacinação com é feita com apenas uma aplicação.

A dengue é uma doença febril, sendo a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. Ela é causada pelo vírus dengue (DENV), que possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), e é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

 

Cuidados durante o verão verão

Com a chegada do verão e da temporada de chuvas no país, os especialistas alertam para o reforço dos cuidados contra o mosquito transmissor da dengue. Segundo o Ministério da Saúde, a forma mais eficaz de evitar o Aedes aegypti continua sendo a eliminação dos reservatórios de água parada, que servem de criadouro para as larvas.

A recomendação é que as pessoas mantenham os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas. Também é indicado usar medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos nas regiões onde a doença é endêmica, principalmente ao longo do dia. A proteção pode ser feita com o uso de roupas compridas e repelentes.

 

Por Camila Stucaluc/SBT News
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