O preço do botijão de gás, gasolina e diesel aumentará a partir de quinta-feira, 1º, devido às novas alíquotas do ICMS aprovadas pelos governos estaduais em outubro. O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belém alerta que o aumento impactará empresas de alimentação fora do lar em todo o estado, não se limitando ao município de Belém.

“Todo aumento de insumo afeta diretamente as empresas de alimentação fora do lar, estado afora. Não é só no âmbito do município de Belém, é o estado inteiro. Você já vem percebendo um incremento no aumento de preços da cesta básica, de produtos de primeira necessidade, de arroz, feijão, etc”, destaca Fernando Soares, assessor do sindicato. Conforme o Dieese, em dezembro de 2023, a cesta básica dos paraenses custou R$ 645,44 e comprometeu na sua aquisição cerca de 52,86% do Salário Mínimo R$ 1.320,00, que vigorou até o dia 31 de dezembro de 2023. Desde o dia 1º de janeiro de 2024, o salário custa R$ 1.412,00.

“Isso tudo vai impactar diretamente no preço final praticado pelas empresas de alimentação fora do lar, em todo o estado do Pará, não é só no município de Belém”, afirmou Fernando ao Roma News. O ICMS da gasolina subirá R$ 0,15, para R$ 1,37 por litro, de acordo com a pesquisa da ANP, elevando o preço médio no país de R$ 5,56 para R$ 5,71 por litro. No diesel, a alta será de R$ 0,12, atingindo R$ 1,06 por litro e levando o diesel S-10 acima dos R$ 6 por litro novamente. A alíquota do gás de cozinha será R$ 1,41 por quilo, aumentando R$ 0,16. O botijão de 13 quilos subirá de R$ 100,98 para R$ 103,6.

O economista Nélio Bordalo Filho, conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá, destaca que o aumento nos custos de transporte e produção pode afetar a rentabilidade das empresas, levando a ajustes nos preços e potencialmente causando inflação. “Para as pessoas, o aumento dos combustíveis geralmente se traduz em custos mais altos para o transporte e bens de consumo. Isso pode impactar negativamente o poder de compra, especialmente para aqueles com renda mais baixa”, disse.

O aumento nos preços dos combustíveis afeta até mesmo quem não possui veículo, influenciando os preços de diversos produtos e serviços. “Isso ocorre porque os aumentos nos custos dos combustíveis podem influenciar os preços de diversos produtos e serviços. Por exemplo, os custos de transporte de mercadorias podem subir, resultando em preços mais altos para alimentos, bens de consumo e serviços em geral”, explicou Nélio. “Os impactos econômicos podem se refletir em diversos aspectos da vida cotidiana da população brasileira, principalmente as de baixa renda. “Empresas que dependem do transporte para operações podem repassar parte dos aumentos de custos para os consumidores, afetando indiretamente os preços”, finalizou.

O reajuste no diesel tende a impactar os preços da economia de forma geral, dada sua utilização no transporte de cargas e público. O aumento na tributação do gás de cozinha afeta não apenas a população de baixa renda, mas também a classe média e os preços cobrados pelos restaurantes. Este é o primeiro aumento do ICMS após a mudança no modelo de cobrança do imposto, que passou a ter alíquotas em reais por litro e não mais em percentual sobre um preço estimado de bomba dos produtos.

A reportagem do Roma News buscou o Sindicato dos Combustíveis do Pará (SINDICOMBUSTÍVEIS-PA) para comentar sobre o aumento e seu impacto nos postos de combustíveis, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para eventuais esclarecimentos.