O Senado dos Estados Unidos, liderado pelo partido democrata, deu mais um passo para a aprovação final de um pacote de ajuda de US$ 95,3 bilhões (cerca de R$ 472 bilhões) à Ucrânia. A Casa aprovou por 66 contra 33 para eliminar o último obstáculo processual e limitar o debate sobre a medida. A votação final deve ocorrer na quarta-feira (14).

“O mundo inteiro vai lembrar o que o Senado vai fazer nos próximos dias. Nada – nada – deixaria [o presidente da Rússia Vladimir] Putin mais feliz agora do que ver o Congresso vacilar em seu apoio à Ucrânia; nada o ajudaria mais no campo de batalha”, disse o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer.

Ao todo, o projeto de lei destina US$ 60 bilhões em financiamento para a Ucrânia, onde os soldados já estão ficando sem munição para enfrentar as tropas russas. O texto estabelece ainda US$ 14 bilhões para apoiar as operações de Israel, além de US$ 8 bilhões para parceiros na região Indo-Pacífico, incluindo Taiwan, para conter as ameaças chinesas.

Caso seja aprovada pelo Senado, o projeto de lei seguirá para a Câmara, onde deverá enfrentar um certo impasse. Isso porque a Casa é liderada pelos republicanos, que criticam a magnitude da assistência militar e monetária à Ucrânia, uma vez que Washington já destinou mais de US$ 111 bilhões para ajudar o país desde o inícia da guerra, em 2022.

O atual foco dos parlamentares, segundo o presidente da Câmara, Mike Johnson, é aumentar a defesa na fronteira para reduzir o número de travessias ilegais do México. “Os republicanos da Câmara foram transparentes desde o início das discussões de que qualquer legislação suplementar de segurança nacional deve reconhecer que a segurança nacional começa em nossa própria fronteira”, defendeu.

Com a incerteza do envio de ajuda dos Estados Unidos – principal aliado da Ucrânia na guerra -, a ofensiva russa aumentou em Kiev, com ondas de ataques em massa. Apenas entre dezembro e janeiro, os bombardeios deixaram mais de 90 mortos, em 12 regiões. A falta de armamento, aliada à chegada do inverno, enfraqueceu a contraofensiva ucraniana, fazendo com que os militares começassem a concentrar-se apenas na defesa das áreas.

 

Por Camila Stucaluc/SBT News
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